ROTA MÁRCIA PRADO – DESCIDA DA SERRA DO MAR (DE SP À SANTOS)

SOBRE O TRAJETO”A Rota Márcia Prado é uma sugestão de rota ciclo-turística organizada pelo Instituto CicloBr para que as autoridades criem um meio atraente e seguro para o ciclista chegar ao litoral paulista. O percurso é inspirado no trajeto da última viagem que a ciclista Márcia Prado realizou”. (Fonte: Instituto CicloBr)

QUEM FOI MÁRCIA PRADO?Márcia foi uma ciclista e ativista que morreu atropelada por um ônibus em São Paulo. A rota foi batizada com seu nome porque foi essa a última viagem que ela realizou (3 dias antes). Na ocasião procurava um meio de descer para a baixada santista que não precisasse correr risco de vida e que não fosse ilegal. No local do acidente ao invés das tradicionais cruzes foi colocada uma bicicleta branca que pode ser vista por quem passa.

NOSSA VIAGEM
A rota original (77km) tem início na estação de trem do Grajaú, em São Paulo, passa por São Bernardo do Campo, Cubatão e termina em Santos. Nosso roteiro foi reduzido para aproximadamente 50km no primeiro dia, uma vez que pretendíamos aproveitar uma pouco a praia, e uns 15km no segundo, quando fizemos o trecho de Santos - Guarujá.


De modo geral, a rota oferece alguns riscos aos ciclistas, tendo inclusive já ocorrido acidentes fatais. O passeio não é recomendado para iniciantes. Os trechos que exigem mais atenção são: o primeiro é logo na saída quando é necessário percorrer 5km pelo acostamento da Rodovia dos Imigrantes. Depois um trecho pequeno que passa por uma favela em Cubatão (alto risco de assaltos), e por último o retorno à Rodovia que da acesso à Santos. Este com grande movimentação de veículos e caminhões.

O caminho corta a Serra do Mar, que é um dos maiores complexos de cachoeiras do país. Há algumas no caminho onde é possível parar para se refrescar, sempre com o devido cuidado e atenção à sua bike.

Nosso grupo era composto por 19 ciclista. Partimos no dia 13/01/12 às 23h30 de van da cidade Uberaba/MG. Por volta das 08h00 do dia seguinte desembarcamos no McDonald’s que fica na Imigrantes logo após a cidade de São Paulo. Lá tomamos o café da manhã e nos equipamos para o passeio. Contrariando mesmo as mais otimistas expectativas, São Pedro, em sua enorme caridade, nos brindou com um dia claro, com poucas nuvens e clima agradável.

Ao contrário do que todos pensam, a rota não é só descida. Existem várias subidas, embora em proporção muito menor que as descidas, sem dúvida exige um bom condicionamento físico. Saímos de uma altitude de aproximadamente 750m e chegamos ao nível do mar. (http://www.bikemap.net/route/770836)

1ª ETAPA – DE SÃO PAULO À SANTOS
1º Trecho - Rodovia dos ImigrantesIniciamos o pedal pela Rodovia dos Imigrantes sentido litoral. Por uma questão de segurança, optamos fazer volta na curva de interligação com a Anchieta. Abaixo do viaduto da Anchieta, logo à direita, existe uma trilha discreta que da acesso à parte superior da interligação, dai basta "pular" as bikes novamente para a pista, entrar na primeira pista à direita e ao chegar do outro lado da Imigrantes seguir na contra-mão dos veículos até chegar ao acesso para a Estrada de Manutenção. Observe que seguimos continuamos no mesmo sentido, apenas “atravessamos” de uma maneira segura a Imigrantes. A marcação em azul na imagem abaixo é o caminho real realizado por nosso grupo.

2º Trecho - Estrada de manutençãoPegamos a estrada de Manutenção (Estrada do Dersa), que é a parte mais divertida de todo o passeio. Aqui começa a descida de fato. São várias de descida acentuadas onde é possível facilmente atingir mais de 50km. Também é possível curtir um lindo visual da Serra do Mar e já avistamos ao longe o oceano. Neste trecho é que ficam as várias cachoeiras.

Pelo caminho há placas e bicicletinhas desenhadas no chão indicando o sentido correto, e em toda a descida há apenas três subidas, para passar por cima dos túneis da estrada. A Estrada de Manutenção da Dersa é bem deserta, não há carros, e você pode encontrar outros ciclistas subindo ou descendo também. Entretanto, na sua base podem haver alguns ônibus que atendem as comunidades localizadas ao pé da serra.


O início da descida é um pouco perigoso por ser o trecho mais escorregadio. A umidade que vem do mar encontra a Serra, causando neblina, garoa e chuva com bastante frequência. Por causa dessa umidade, há bastante limo nas laterais da pista. O mais importante é não se empolgar nas descidas e abusar da velocidade, pois ao final de cada descida normalmente há uma curva. Muitas destas bastante escorregadias.

3º Trecho - Parque Estadual Serra do Mar – Núcleo ItutingaNeste trecho existem 2 opções:

A- Atalho pela Imigrantes ( Não recomendo! )
Nosso grupo havia decidido seguir pela Imigrantes para evitar a favelinha. Neste caso basta pegar à esquerda na última subida e chegará a rodovia. Depois a ideia era seguir direto pela rodovia até chegar ao Mar. Porém, após pedalamos no acostamento por aproximadamente 5km, chegamos a um ponto onde era necessário atravessarmos a pista. Aguardamos no acostamento por  uns 10min e concluímos que seria impossível atravessar as 4 pista em segurança. O trânsito estava intenso. Preferimos voltar e arriscar a sorte pela favela.
B- Favelinha de Cubatão
Se optar por descer pela favela tome muito cuidado. Este é o trecho mais perigoso da viagem. Dizem que as pessoas do local ficam de olho nas bikes, inclusive há vários registros de assaltos.

A estrada de manutenção faz parte do Parque Estadual da Serra do Mar. Por isso, no final da estrada há uma cancela, em um trecho do parque onde a entrada é controlada. Recomendamos parar na cancela, checar os pneus e freios e ir numa pegada só até a estrada que dá em Santos, visando assim permanecer o menor tempo possível no local. Nós pegamos um caminho à esquerda, margeando o rio, e seguimos por uma estreita estradinha de terra que logo vira a rua da comunidade. No final dessa rua, viramos à esquerda e pegamos a rodovia sentido Santos.

4º trecho: De volta à RodoviaAqui não tem segredo. Seguimos pelo acostamento da Rodovia, sempre prestando atenção às placas para Santos. Entrando em Santos, seguimos pela rua principal (um canteiro central com coqueiros). Logo, surgiu uma ciclovia neste canteiro e seguimos por ela praticamente até chegar ao nosso hotel. Por várias vezes paramos para pedir informações, sendo sempre bem tratados pelas pessoas. Chegamos ao hotel, tomamos um banho rápido e partimos para a praia que ficava a aproximadamente 500m para tomar aquela gelada e comer um peixinho.

A tarde de sábado foi livre. Algumas pessoas optaram por ficar nas barraquinhas da praia,  outras preferiram dar uma passeada pela cidade. Em Santos há um dos melhores aquários do Brasil. Lá existe uma variedade muito grande de peixes marinhos e amazônicos além de pinguim e o lobo marinho. A entrada custa apenas R$5. Nós pretendíamos visita-lo, mas quando decidimos ele já estava fechado. Infelizmente, ficará para uma próxima oportunidade.

2ª ETAPA – DE SANTOS À GUARUJÁNo dia seguinte, saímos de bike do hotel e fomos até Guarujá. Neste caso basta pegar a ciclovia que fica no calçadão da praia central de Santos e seguir para a esquerda até chegar às balsas quem fazem a travessia (A distância de 400 metros entre os dois municípios dura em média 7 minutos para ser percorrida – Wikipédia). Ciclistas não pagam. Para pedestres é cobrado R$2,10 e veículos R$8,20.

Curiosidade: é a travessia que possui o maior fluxo de veículos do mundo, com a quantia de aproximadamente 25 mil veículos ao dia.

Desembarcamos da balsa e seguimos pela ciclovia da cidade de Guarujá até atingirmos o Mar. Fomos direto para a Praia das Pitangueiras e tomamos um belo banho de mar.

DICAS- O ideal é que o passeio seja realizado em Mountain Bikes. Entretanto, as Speed também conseguiram chegar ao fim, pois a rota é praticamente toda pavimentada. Detalhe, os bikes sofrerão um pouco mais e ainda correrão o risco de danificar a bike.
- Sempre procure pedalar em grupo. Além de aumentar a segurança, é bem mais divertido.
- Utilize a roupa de banho por baixo da de bike. Assim, quando você chegar em Santos poderá ir direto para a praia.
- Se o grupo for grande, como o nosso, sugerimos a utilização de rádios de comunicadores (tipo talkabout). Em grupos grande é praticamente impossível que todos pedalem no mesmo ritmo, o que acaba ocorrendo é a formação de grupos menores. Neste caso, os rádios serão essenciais para manter o contato entre os diversos grupos, sem falar que existem trechos sem cobertura de celular ao longo da rota.
- Evite tomar banho de mar em Santos. Suas águas não são lá muito limpas. Pegue sua bike e vá para a praia de Pitangueiras no Guarujá.

VEJA ABAIXO NOSSO ALBÚM DE FOTOS

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